PEIXE SAINT PIERRE OU SAINT PETER


Tilápia Saint Peter


Por: Armando Urenha Jr.
Foto/Ilustração: Kid Ocelos

Entre as mais de 100 espécies, a tilápia vermelha é também conhecida por Saint Peter ou Saint Pierre. Pertencente à família Cichlidae, trata-se de um peixe de escamas de água doce, desenvolvida em Israel, que vem sendo introduzida em quase todo o Brasil.

Essa espécie exótica foi generalizada como sinônimo de tilápia vermelha na região sudeste e diversas linhagens vermelhas são assim denominadas. De um modo geral as linhagens vermelhas cultivadas no Brasil apresentam crescimento inferior entre 30% a 50% e uma menor eficiência reprodutiva comparada à linhagem tailandesa.

Essa espécie de corpo um pouco alto, comprimido e cor vermelha tem maior aceitação e valorização em certo nichos de mercado, que as tilápias cinzas, justificando assim o cultivo das vermelhas em algumas localidades.

A boca é terminal tem pequenos dentes, quase imperceptíveis. A nadadeira dorsal divide-se em duas partes, uma anterior espinhosa e uma posterior ramosa. A nadadeira caudal é arredondada e apresenta tons avermelhados. A coloração geral do corpo varia do rosa claro (quase branco) a um tom laranja-claro – laranja-forte.

Algumas linhagens são desprovidas de pigmentação ou manchas escuras, enquanto que outras podem apresentar manchas escuras bem evidentes em diversas partes do corpo.

Seus hábitos alimentares são onívoros. As larvas alimentam-se de plâncton até atingir entre dois e três centímetros de comprimento, a partir desse tamanho, a jovem tilápia é exclusivamente herbívora, embora possam consumir oportunisticamente o que estiver disponível, como plâncton, insetos, vermes e ovos ou alevinos de outros peixes.

Ao atingir os 15 centímetros de comprimento antes de um ano de idade já iniciam a reprodução. Normalmente a primeira se dá no início da primavera, repetindo-se depois de cada seis ou sete semanas. Podem se reproduzir até quatro ou cinco vezes em um ano.

Cada desova se compõem de aproximadamente 1500 ovos. A incubação é oral.

Não é fácil a diferenciação sexual, o exame da cloaca revela que a fêmea possui três orifícios e o macho apenas dois. No macho a abertura genital é um minúsculo ponto, enquanto que na fêmea, após a primeira desova, é uma fenda transversal.

Os machos constroem os ninhos, constituídos de cinco a dez buracos com o diâmetro de aproximadamente de dez centímetros e com cinco centímetros de fundo cada um.

Executam o chamado cuidado paternal, até seus filhotes poderem se virar sozinhos. Se um inimigo se aproximar do ninho, o casal procura atacá-lo, transferindo depois os ovos para outro ninho menos vulnerável. Se um predador não controlar suas populações, tendem a reproduzir de tal forma que somente sobram peixes pequenos ou nanicos.

Depois da eclosão, as larvas permanecem no ninho por seis a oito dias. A seguir saem a passear pelos outros ninhos, formando um grupo protegido pelos pais. Em menos de um mês se tornam independentes, liberando os pais para outras desovas.

Onde encontrar

As tilápias Saint Peter podem ser encontradas em quase todo o nosso país, lembrando que foram introduzidas.

Preferem viver nos lagos e represas, ou ambientes de água parada, embora também possam ser encontradas em rios com águas rápidas. Normalmente não ficam perto de estruturas, permanecendo nos fundos de argila ou areia procurando comida. O verão é a melhor época para encontrá-las.

As tilápias são espécies oportunistas, que apresentam uma grande capacidade de adaptação aos ambientes lênticos. Além disso, suportam grandes variações de temperatura e toleram baixos teores de oxigênio dissolvido.

Preferem ocupar ambientes mais próximos das margens, de água mais rasa, parada ou com pouca correnteza.

Se o ambiente for favorável e houver abundância de alimentos e temperatura ideal, entre 26º e 28 º C, embora possam tolerar temperaturas de aproximadamente 12°C, porém alimentam-se pouco ou quase nada nesse caso.

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